Faculdade de Letras da Universidade do Coimbra (1911-1974)
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Para o efeito, inaugura-se um ensino «objectivo, crítico, actualizado e intensivo», nas qualificações do texto acabado de citar, procurando-se o material de ensino necessário dentro do possível, estimulando-se os trabalhos práticos e organizando os centros de investigação. O Arquivo da Universidade, o Museu Machado de Castro e depois Conímbriga surgem como «laboratórios», havendo a Faculdade reservado para si a directoria do Arquivo.
As Faculdades de Letras, de resto, nasceram com um estabelecimento anexo de investigação denominado Instituto de Estudos Históricos (IEH). Dele faziam parte as secções de Filologia, História e Filosofia. Era regido por um conselho, constituído pelos directores das secções e presidido pelo director da Faculdade. Eram sócios do Instituto, para além de todos os alunos inscritos na Faculdade, «outros indivíduos, sejam ou não diplomados, que desejem fazer investigações científicas em harmonia com os fins do Instituto» (decreto de 19 de Agosto de 1911).
A história deste instituto de investigação passou por muitas vicissitudes, a começar pela busca de um lugar para a sua sede. As maiores dificuldades, no entanto, ficaram a dever-se sobretudo à vontade autonómica de cada secção, subsumida depois, quanto às línguas, pelas salas e institutos criados pelo desenvolvimento dos Cursos de Férias (1925). Sucessivamente, com efeito, as secções de Filologia e de Filosofia foram-se libertando dos estatutos do IEH global. Neste movimento de diferenciação, o IEH acabou por se tornar apenas um órgão específico da História propriamente dita (1925), passando a gozar desde 1932, até aos inícios da mudança para o edifício da actual Faculdade, nos termos de um decreto de Dezembro de 1930, do título de «Instituto de Investigação Científica». Proposta que foi apresentada e aprovada em conselho da Faculdade em 12 de Dezembro de 1932, afirmando tratar-se de uma oficialização, formalidade que igualmente já havia ocorrido em 1927 em virtude do novo Estatuto da Instrução Universitária de 1926. Mas a sua história desde 1911 e os textos de investigação nele realizados que fundamentaram cada uma das propostas citadas não deixam dúvidas quanto à sua natureza inicial.