Faculdade de Letras da Universidade do Coimbra (1911-1974)
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A. de Vasconcelos havia sido director da secção de História desde o início do IEH (global), para além de ser presidente nato do conselho deste Instituto enquanto director da Faculdade (1911-1920), e foi director do IEH, em sentido restrito, até à jubilação, sucedendo-lhe Damião Peres. Com as honras que depois lhe foram atribuídas, o Instituto passou a chamar-se seu, como de resto sempre havia sido, a partir de 7 de Dezembro de 1937, por ocasião das festas centenárias da Universidade, situação que se manteve até à revolução de Abril de 1974, mas a política de investigação nacional (JEN) havia mudado. No âmbito desta foi criado um Centro de Estudos Históricos, o qual já em 1940 se encontra subsidiado pelo Instituto para a Alta Cultura (1936-1952), depois continuado, até 1976, com nome de Instituto de Alta Cultura.
A investigação a nível dos discentes, alterado que foi o inicial Instituto de Estudos Históricos, teve uma vigorosa expressão na reforma curricular de 1957, a qual criou os seminários integrados no plano de licenciatura, os quais se «destinavam principalmente à orientação das dissertações de licenciatura e ao ensino prático dos métodos de investigação». A sua importância, em teoria, revela-se pela cautela do legislador, seguindo orientações semelhantes às da reforma de 1930, ao determinar que «só a título vincadamente excepcional poderá atribuir-se a primeiros assistentes a direcção de seminários». Continuados depois de 1974, com outro enquadramento, permitiram a germinação de um alfobre de generosas vocações, muitas delas estimuladas nos espaços do Arquivo da Universidade, onde muito, muito antes, A. de Vasconcelos, seu director, havia dado o exemplo.
Foi no Instituto de Estudos Históricos, onde inicialmente pareciam caber os saberes da Faculdade, com excepção de Psicologia Experimental, Geografia e Fonética, que se desenvolveu a historiografia nascente. A influência de quem o dirigiu, direcção colectiva da Faculdade nos primeiros anos, recorde-se, imprimiu-lhe um cunho que se manteve por muitas décadas.
A investigação e ensino da História decorreram, como é óbvio, segundo os cânones culturais e orientações vigentes, uma das quais relembra os resultados obtidos nas ciências naturais e os seus métodos, os quais, como se declara, estavam, de modo constante e crescente, a serem aplicados «aos estudos das outras especialidades e nomeadamente às ciências sociais, à história, à filosofia e à pedagogia» (decreto de 24 de Dezembro de 1901, preâmbulo, nº VII).