Faculdade de Letras da Universidade do Porto 1919-1931 e 1962 ss.
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Nascida em 1911 por ‘federação’ das prévias Escola Médico-Cirúrgica (EMC) e Academia Politécnica (AP), a Universidade do Porto (UP) teve de início uma bem escassa presença das Ciências Sociais e Humanas, limitadas, a bem dizer, a algumas disciplinas do âmbito da Economia Política, as quais, vindas justamente da AP, teriam ulterior sequência na Faculdade Técnica (1915-1926) e depois na Faculdade de Engenharia (1926 ss.).
Pensada pelo menos desde 1915, uma primeira FL/UP seria criada em 1919, à saída de uma prolongada crise verificada entre o ministro da Instrução Pública Leonardo Coimbra (1883-1936) e a mais antiga Universidade portuguesa. Existindo desde o ano em causa até à extinção de 1928, com funcionamento terminal até 1931, contou esta primeira FL/UP, tal como as Escolas congéneres da UC e da UL, com um 4.º Grupo consagrado a Clio, vigorando até 1926 o bacharelato (depois licenciatura) em Ciências Históricas e Geográficas e, depois, a licenciatura em Ciências Históricas e Filosóficas (1929 ss.). Integraram o Corpo Docente respectivo nomes como os de Damião António Peres (1889-1976), Augusto Ferreira Nobre (1896-1930), Francisco Manuel Homem-Christo (1860-1943) e Aarão Soeiro de Lacerda (1890-1947, cadeira anexa de Estética e História da Arte; era também professor da Escola de Belas-Artes do Porto), regendo ainda disciplinas cliológicas António Augusto Esteves Mendes Corrêa (1885-1960; era professor do subgrupo de Paleontologia e Antropologia da secção de Sciências Histórico Naturais da Faculdade de Ciências / UP) e Artur Magalhães Basto (1894-1960), ambos pertencentes ao Grupo de Geografia; já no termo da sua existência, será ainda assistente da Escola Torquato de Sousa Soares (1903-1988).
Este 4.º Grupo e o respectivo Instituto de Estudos Históricos editarão, de 1924 a 1926, 3 volumes de uma Revista de Estudos Históricos, que acaba por ser a mais antiga publicação periódica histórica do nosso País; Damião Peres foi quem mais escreveu nesta Revista, na qual, por outro lado, se detecta um peso relativo da Arqueologia e das Histórias Medieval e Moderna. É também de referir que na primeira FL/UP germinaria o projecto da História de Portugal «de Barcelos» (dir. Damião Peres), em publicação de 1928 a 1936.