Faculdade de Letras da Universidade do Porto 1919-1931 e 1962 ss.
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Ainda em 1981 iniciou funções Helena Osswald (n. 1957), seguramente uma das mais cerebrais historiadoras da Escola do Porto dos últimos tempos. Votada às estruturas familiares e às dinâmicas populacionais do Porto da época moderna, a tal consagrou uma tese para provas pedagógico-científicas (1985; depois editada nos EUA) e um trabalho doutoral (2008). Tem colaboração no mencionado vol. VIII da Nova História de Portugal, de Joel Serrão e Oliveira Marques.
Um pouco mais tardia (1985 ss.) é Amélia Polónia da Silva (n. 1961): trabalhando inicialmente com Cândido dos Santos, com ele preparou uma tese para provas pedagógico-científicas sobre o cardeal D. Henrique enquanto arcebispo de Évora (1990); ao ulterior purpurado-Rei viria a dedicar em 2005 uma biografia na já mencionadíssima colecção do Círculo de Leitores. Mas na década de 90 o sistema, ávido de possuir internamente quem investigasse no domínio da História da Expansão, para tal a desviou: felizmente com resultados muito positivos – em 2000 defenderia uma tese doutoral sobre o porto de Vila de Conde no quadro das navegações de Quinhentos (orientador: João Francisco Marques). Sem deixar de frequentar a História cultural e religiosa do século XVI, Amélia Polónia tem desenvolvido programas internacionais de grande exigência nos domínios justamente do litoral e das estruturas portuárias. Numa área algo ‘ingrata’ do DHEPI – que nos anos 90 chegou a ter simultaneamente seis professores catedráticos, para depois, de 2007 a 2010, não possuir nenhum, tendo ulteriormente, por meses, Elvira Mea (2010) e hoje estar de novo vazia desse ponto de vista –, Amélia Polónia, com Inês Amorim e Helena Osswald, tem sido um dos rostos a prometer futuro a um dos sectores em que mais precocemente o 4.º Grupo da FL/UP se afirmara.
O pleno emergir da História Contemporânea (sécs. XIX-XX) acabou por ser relativamente tardio: 1994. O que se afigura paradoxal, tendo em conta que o 4.º Grupo já em 1980 contava com 4 (quatro !!!!) autores de teses em século XIX: Victor de Sá (Sorbonne, 1969), Luís de Oliveira Ramos (UP, 1972), Francisco Fortunato Queirós (UP, 1979) e Fernando de Sousa (UP, 1980). Episódios em boa parte de petite histoire ajudarão a explicar tal circunstância. Aponte-se entretanto que o Mestrado em História Moderna tinha desde início Seminários sobre As Invasões Francesas e o Norte de Portugal (regência de Oliveira Ramos; daqui saiu a carreira de Jorge Martins Ribeiro [n. 1956], ulteriormente estudioso das relações Portugal / EUA e mentor de um curso de Mestrado em História, Relações Internacionais e Cooperação) e sobre Demografia Histórica e História das Populações (séculos XVIII-XIX) (regência de Fernando de Sousa [que vinha de uma tese doutoral sobre a população portuguesa nos alvores de Oitocentos e de ulteriores estudos sobre a emigração transmontana para o Brasil, entre outros], colaboração de J. Manuel Nazareth [UNL] e Jorge Arroteia [U. Aveiro]); daqui nasceriam as carreiras de Jorge Fernandes Alves [n. 1954] e de Gaspar Martins Pereira [n. 1957] e floresceria efemeramente a de Henrique David. E foi em parte por acção destes três últimos, doutorados em 1993, que no ano seguinte surgiu então um mestrado em História Contemporânea.