Faculdade de Letras da Universidade do Porto 1919-1931 e 1962 ss.
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Mas voltando à posteridade de Baquero Moreno, ela compreende igualmente Armando Luís de Carvalho Homem e os seus estudos dos anos 70 e 80 sobre Diplomática e oficialidade da Chancelaria régia (aliás, é também membro da CID, desde 1990), temática já em parte presente em 1974, num trabalho de fim de licenciatura versante da época de Pedro I (1357-1367) e depois enformante de uma tese de doutoral abrangendo o período de 1320 a 1433 (defendida em 1985, editada 5 anos depois); os referenciais passaram por alguma historiografia norte-americana (princetoniana, maxime J. R. Strayer [1904-1987]), inglesa (oxfordiana, maxime K. B. McFarlane [1903-1966]) e francesa (sorbonnarde e chartiste, maxime B. Guenée [1927-2010] e R.-H. Bautier [1922-2010]), isto para além, entre nós, do receber da lição de um Vitorino Magalhães Godinho (1918-2011), de um Oliveira Marques, de um José Sebastião da Silva Dias (1916-1994) ou de um Martim de Albuquerque; em fases ulteriores, Carvalho Homem interessou-se pela legislação dos nossos monarcas (das Leis de 1211 às Ordenações Manuelinas), chegando em função de tal problemática a propor uma dada periodização para os finais da Idade Média portuguesa em termos de História dos poderes e de génese tardo-medieval do Estado Moderno: 1279-1521; tem de momento em mãos um demorado projecto sobre aos posturas municipais olissiponenses (século XV); acrescente-se o «violon d’Ingres» da Historiografia e da Instituição Universitária do nosso século XX, a coordenação (com M.ª Helena da Cruz Coelho) do vol. III (1096-1325) da Nova História de Portugal, dir. Joel Serrão (1919-1908) e A. H. de Oliveira Marques (em publicação desde 1987) e a revisão científica da tradução portuguesa (1989-1991) da História da Vida Privada, dir. Philippe Ariès (1914-1984) e Georges Duby .
Outro discípulo de Baquero Moreno é indiscutivelmente Luís Miguel Duarte (n. 1956), longamente interessado em crime, justiça régia, punição e perdão, problemática(s) versada(s), entre outros trabalhos, numa densa – ainda que quase in-sequente – tese doutoral defendida em 1994 (e editada 5 anos mais tarde), onde é manifesta a influência conceptual e metodológica de Claude Gauvard ou António M. Hespanha. Igualmente interessado nos poderes municipais e na edição das Actas respectivas (Porto, Loulé), L. M. Duarte tem-se voltado ultimamente para uma redescoberta História económica de finais da nossa Idade Média: preços, níveis de vida ou trabalho urbano, por exemplo, são matérias em que trabalha e em que orienta diversos doutorandos. Também se lhe deve uma biografia do rei D. Duarte, numa colecção do Círculo de Leitores e da Temas e Debates, a que repetidamente se fará referência.