Faculdade de Letras da Universidade do Porto 1919-1931 e 1962 ss.
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Os anos 80 foram particularmente penosos, conhecendo inclusivamente, em 1987, uma desastrosa reforma curricular (desencadeada em 1983 pelo pouco feliz ministro da Educação do Governo do Bloco Central, 1983-1985, oportunidade de pronto agarrada pelos avatares do que de mais conservador havia então no Corpo Docente da FL/UP), a qual demoraria quase 15 anos a extirpar: nos anos 90, tentames vários de nova reestruturação esbarraram sempre na flácida resistência do sistema ou na burocracia do Conselho Pedagógico… Só em 2001 seria finalmente possível reformar o currículo, com adopção do regime semestral e das unidades de crédito, preludiando, à la longue, o regime de Bolonha (2007 ss.). Mas esta reforma já não foi obra da velha guarda… Como já o não fora ou veio a ser a departamentalização do 4.º Grupo, primeiro como Departamento de História (2000), depois como Departamento de História e de Estudos Políticos e Internacionais (2005)…
Entre 1999 e 2007 aposentaram-se ou jubilaram-se nove membros da dita geração decana. Em 2001 semestralizara-se, como se viu, o currículo da licenciatura. E no último dos anos mencionados entrou em vigor o regime de Bolonha. Que balanço, ao entrar-se na segunda década do século XXI e ao comemorarem-se os 50 anos de Clio na UP ? Dificilmente se poderá ser optimista neste derradeiro trimestre de 2011. Mas no meio de quanto se tem vivido em Portugal e no Mundo, o actual DHEPI, dos anos 90 para cá, conseguiu superar situações nada fáceis, que passaram por um Reitor claramente hostil (Alberto Amaral de seu nome, lente de Química da FC/UP, em funções de 1985 a 1998), a um absurdo abaixamento do «numerus clausus» na primeira metade da década de 90, por obra e graça do ministro Roberto Carneiro (em funções de 1987 a 1991), às subsequentes más-vontades de um outro ministro chamado Fernando Couto dos Santos, bem como de um secretário de Estado do Ensino Superior a dar pelo nome de Pedro Lynce de Faria (1992-1993), aos fundamentalismos com que o ulterior ministro José Mariano Rebelo Pires Gago (2006-2011) fez entrar a bolonhesa reforma em vigor… O actual DHEPI tem subsistido, estando a conseguir manter há já um bom par de anos o «numerus clausus» de 80-90 estudantes na licenciatura e logrando reunir, nacionalmente, o maior grupo de estudiosos da História (1.º, 2.º e 3.º ciclos) – tal como nos anos 80 e 90 ostentara o maior contingente nacional de doutores de Clio… E em 2011 comemora jubilosamente o Cinquentenário, homenageando – embora não só – a memória dos mais antigos historiadores da UP (a velha guarda deixara-os tombar no olvido…), cujos centenários de nascimento têm estado a decorrer: Bernardo Xavier Coutinho, António Cruz, Rafael Ávila de Azevedo, José António Ferreira de Almeida… Dignamente.