Faculdade de Letras da Universidade do Porto 1919-1931 e 1962 ss.
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Até à segunda metade da década de 90, este contemporaneísmo portuense andou bastante centrado no século XIX, constituindo a História das Populações «lato sensu» um dos domínios em evidência: tenham-se em conta a tese doutoral de Henrique David sobre as crises de mortalidade no concelho de Braga (1700-1880); os estudos de Jorge F. Alves sobre a emigração para o Brasil e sobre a obra educativa do conde de Ferreira; os trabalhos de Gaspar M. Pereira sobre as famílias portuenses, de meados de Oitocentos ao final da Monarquia; ou a tese de Maria Antonieta Cruz [n. 1948] sobre a burguesia portuense na segunda metade do século XIX (defendida em 1995), trabalho com a marca metodológica de Adeline Daumard (1924-2003), que com Luís de Oliveira Ramos assegurou a orientação. Também desde cedo se assistiria ao emergir do interesse pela História da vitivinicultura duriense, com ponto de partida em Gaspar M. Pereira; o seu entusiasmo acabou por ‘contagiar’ estudiosos de praticamente todas as épocas (Carlos Brochado de Almeida, Luís Miguel Duarte, José Augusto Pizarro, Francisco Ribeiro da Silva, António Barros Cardoso, Maria Antonieta Cruz e outros ainda), e daqui surgiriam: uma Unidade de I&D; uma Revista (Douro: Estudos & Documentos); e uma colectiva História do Douro. Mas cedo surgiriam ainda outros interesses: como a problemática do Iberismo, com Conceição Meireles (n. 1959); como a História do Género ou as prisões e os sistemas prisionais do Liberalismo, com Maria José Moutinho Santos (n. 1949); ou como o (re)interesse pela História da Educação e das instituições de Ensino: o pioneiro foi aqui Luís Alberto Marques Alves (n. 1955), com obra marcada por uma tese doutoral em torno das origens do Ensino Técnico-Profissional na Cidade do Porto (1999); subsequentemente, e para além de publicações numerosas, iniciativas institucionais várias, de que a mais recente foi a criação de um Mestrado em Ensino da História e da Geografia nos Ensino Básico e Secundário, que planeou e de que foi o primeiro director. Nesta área mostraram-se ulteriormente Luís Grosso Correia (n. 1965), com um trabalho doutoral sobre o portuense Liceu Rodrigues de Freitas (2005), e Olga Lima (n. 1948), com uma tese de doutoramento sobre os manuais de História nos níveis mais elementares de Ensino, defendida na U. Sevilha (2008).