Faculdade de Letras da Universidade do Porto 1919-1931 e 1962 ss.
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Nesta geração, mencione-se por último Elvira Mea (n. 1948): vinda de uma tese de licenciatura sobre o sefardismo na Cultura Portuguesa (1971, publ. 1974), cedo se voltou para a pesquisa nos domínios da História da Inquisição e dos cristãos-novos. Viria a doutorar-se em 1990, com uma tese sobre a Inquisição de Coimbra no século XVI (orientador Manuel Augusto Rodrigues, UC; tese publ. 1995). Anterior e posteriormente, a sua bibliografia tem sido extensa, incluindo hoje uma biografia do capitão Artur Carlos de Barros Basto [1887-1961] (em colaboração com Inácio Steinhard, 1998) e um dicionário do Judaísmo em Portugal (2010).
Apesar do quanto já se disse, nem sempre foi fácil o criar Escola de História Moderna por parte das gerações subsequentes. A primeira metade da década de 80 veria ‘entrar em cena’ alguns nomes algo autónomos em relação ao sector mais veterano dos modernistas. Um dos primeiros foi Ivo Carneiro de Sousa (n. 1957, em funções 1981 ss.): voltado sucessivamente para questões de aritmética mercantil e de História da espiritualidade no Portugal de Quatrocentos e de Quinhentos, a tais problemáticas consagrou, entre 1984 e 1993, uma tese para provas de aptidão pedagógica e capacidade científica e uma tese doutoral. Ulteriormente propenso à História das Misericórdias, os finais de Novecentos vê-lo-iam crescentemente interessado primeiro em temas africanos, depois nas relações de Portugal com o Sudeste asiático. Foi internamente o grande obreiro dos doutoramentos h.c. de D. Carlos Ximenes Belo, Xanana Gusmão e José Ramos-Horta (2000). Mas em 2005 uma estória com algo de mal-explicado ditou o seu afastamento da UP. Vive, trabalha e ensina hoje entre Macau e Hong-Kong.
Da mesma geração é Inês Amorim (n. 1958, também em funções desde 1981). Numa fase inicial andou pela ruralidade, consagrando em 1986 uma tese para provas pedagógico-científicas ao mosteiro de Grijó no século XVI. Dez anos mais tarde defenderia um trabalho doutoral sobre Aveiro e a sua provedoria em tempos de Antigo Regime. Fases mais recentes assistiram ao centramento em História do litoral, portos e estruturas portuárias, recursos e ecologia, num percurso altamente internacional e com pontos de contacto com o de Amélia Polónia, de quem adiante se falará.