A Faculdade de Letras da Universidade do Porto 1919-1931 e 1962 ss.
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O 25 de Abril de 1974 não deixou de constituir uma ruptura, ainda que controlada. Sem que houvesse verdadeiras hostilizações ad hominem por parte de estudantes de História, a verdade é que o exercício do cargo de Director acabou por custar a António Cruz um afastamento (dito, à época, «saneamento») que se prolongou absurdamente até 1979; e «absurdamente» porquanto, tendo o Mestre em causa chegado a ser objecto de uma medida de aposentação compulsiva em 1975, logo no ano subsequente tal medida foi anulada. Afastado foi também, e sem retorno, José Vieira de Carvalho, preso na sequência do 11 de Março de 1975 e demitido da Função Pública meses mais tarde.
Quanto ao mais, o 4.º Grupo da FL/UP, pela primeira vez desde 1968, recruta alguns novos docentes de proveniência externa: é o caso de Humberto Baquero Moreno (n. 1934), licenciado pela FL/UL, vindo da Universidade de Lourenço Marques, onde recentemente se doutorara; é também o caso de Victor Sá (1921-2004), licenciado pela FL/UC e doutorado pela Sorbonne (1969), a quem o Regime sempre impedira o acesso à Função Pública; é ainda o caso de Vítor Oliveira Jorge (n. 1948), licenciado pela FL/UL e proveniente dos Cursos de Letras da Universidade de Luanda (CL/UL; funcionavam em Sá da Bandeira); ou de, episodicamente, Orlando Janeiro Romano, também com uma anterior passagem pelos CL/UL; é o caso de Flávio Gonçalves (1931-1987), licenciado pela FL/UC, estudioso do Barroco e à data professor de História da Arte da ESBAP; é finalmente o caso de João Francisco Marques (n. 1929), licenciado pela FL/UC e à data metodólogo do Liceu D. Manuel II / Rodrigues de Freitas. A eles se agrega ainda Rafael Ávila de Azevedo (1911-1985), professor do Grupo de Ciências Pedagógicas, doravante ligado à docência, predominantemente, em História Contemporânea. Os três monitores atrás referidos passam no ano lectivo de 1974/75 à categoria de assistente eventual, acrescidos de alguns outros licenciados recentes da Casa: Natália Marinho Ferreira-Alves (n. 1948), Joaquim Jaime Ferreira-Alves (n. 1945), Agostinho Araújo (n. 1951; todos para História da Arte), Rui Centeno (n. 1952; para Arqueologia), Elvira Mea (n. 1948), Francisco Ribeiro da Silva (n. 1940), José Viriato Capela (n. 1951, todos para História Moderna), Armindo de Sousa (1942-1998; inicialmente para Arqueologia Pré-Histórica, mais tarde [1976 ss.] para História Medieval), Henrique David (1947-1997, licenciado em Engenharia Química pela FE/UP e depois em História pela FL/UP, para Introdução à Economia e Matemática para as Ciências Humanas) ou Maria Ioannis Benis Baganha (1950-2009; para História Contemporânea).