A Faculdade de Letras da Universidade do Porto 1919-1931 e 1962 ss.
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Desta geração se esperou muito. Vejamos a sequência, por áreas de pesquisa e ensino.
A História da Arte e a Arqueologia haviam já iniciado, como foi dito, um processo autonomizante que em 1981 as converteria em variantes à licenciatura. Mais tarde, na segunda metade da década de 90, estas áreas, acrescidas da Museologia e das Ciências Documentais, viriam a dar origem ao Departamento de Ciências e Técnicas do Património (DCTP), com licenciaturas, mestrados e doutoramentos próprios.
No plano histórico-artístico, serão de salientar: a continuidade da atenção do precocemente desaparecido Carlos Alberto Ferreira de Almeida à arquitectura românica e às culturas populares do Entre-Douro-e-Minho; sua continuadora, Lúcia Rosas (n. 1957) viria longamente a dedicar-se ao estudo do restauro de edifícios românicos em finais do século XIX / princípios do XX; discípulos de José António Ferreira de Almeida, Natália Marinho Ferreira-Alves e Joaquim Jaime Ferreira-Alves distinguir-se-iam - até no criar Escola - respectivamente na abordagem da talha barroca e do urbanismo de Setecentos; do magistério de Natália Marinho emergiria Fausto Sanches Martins, estudioso do maneirismo na arquitectura ligada à Companhia de Jesus; e, para aspectos vários da Pintura e da Arquitectura dos séculos XIX e XX, serão de realçar os nomes de Agostinho Araújo e António Cardoso de Carvalho (n. 1932), discípulo, este último, de José-Augusto França.
Na Arqueologia, uma dupla tendência: a continuidade das abordagens à cultura dos castros do Noroeste português, domínio iniciado por Carlos Alberto Ferreira de Almeida ainda na década de 60 e prosseguido por Armando Coelho Ferreira da Silva (também epigrafista, estudioso de Sanfins, director do respectivo museu desde a década de 80; um nome que, no quadro de uma «conciliação das Arqueologias» teorizada nos anos 90 por Jorge de Alarcão, claramente se configura como valor seguro de uma Arqueologia de matriz histórico-cultural, que no seu caso passa ainda por uma sólida formação no domínio da Linguística Histórica), por Rui Centeno (um dos raros cultores da Numismática romana nas últimas décadas), por Teresa Soeiro (que nos anos 90 se deslocaria predominantemente para a Arqueologia Industrial) e por Carlos Brochado de Almeida (estudioso dos castros do Alto-Minho); a estes nomes será ainda de agregar o do arqueólogo-medievista Mário Barroca, epigrafista e estudioso da arquitectura militar e da tumulária; a outra orientação, ligada à Arqueologia pré-histórica, é de cariz post-estruturalista, e a ela se ligam os nomes de Vítor e de Susana Oliveira Jorge (n. 1953) e, na geração subsequente, Maria de Jesus Sanches (n. 1958); os seus trabalhos de campo têm-se centrado em áreas do Norte e do Norte-Interior do nosso território.