Quanto à sua colaboração na História de Portugal (dir. de Damião Peres), na síntese do volume II (João Lúcio de Azevedo, «Organização económica, 1931, pp. 395-444), estuda a evolução da economia até à conquista de Ceuta (1415), dando relevo à vida agrária e, mais resumidamente, ao tráfico interno e externo e à circulação das riquezas. No volume III (Id., Idem, pp. 625-664) foca “Portugal potência mercantil” e faz uma breve resenha da “Situação financeira” e do “Estado Social” (população, capital, judeus, ofícios, salários, custo de via agricultura, indústria, monopólios e gente estrangeira). Finalmente, no vol. V (Id., Idem, pp. 287-316), aborda a “Situação financeira do Estado e a economia nacional”, a “População” e a “Atividade económica” (agricultura, indústria, minas impostos, moedas e comércio). Apesar de se tratar de abordagens pertinentes, pecam pelo desenvolvimento sumário dos assuntos. A morte do autor (1933) não permitiu que prosseguisse com a tarefa, para os períodos históricos seguintes, do que se encarregou o próprio diretor da obra, Damião Peres (1889-1976). No volume VI (pp. 363-418), cujo título dos volumes anteriores manteve (“Organização económica”), analisou a “População”, a “Moeda” e a “Economia”. No volume VII (pp. 607-656) debruça-se igualmente sobre a “População”, a “Moeda” e a “Vida económica”, “até à Regeneração e depois da Regeneração”.
Não obstante o mérito desta História de Portugal monumental, as análises da história económica são demasiado sucintas, feitas nos moldes tradicionais, com as conhecidas limitações presentes em toda a obra: secundarização daquela vertente, face à componente política; a quase ausência de referência às fontes e bibliografia utilizadas. Reportando-se a esta década (anos de 1930), já se aludiu aos “anos negros do salazarismo”, ou seja, a uma crise de produção historiográfica que então se registou (Francisco Falcon «Historiografia Portuguesas Contemporânea...,1988, pp.38-39). Porém, embora lentamente e com algum desfasamento temporal, na década imediata, novos “ventos” da historiografia – com a ascensão da história nova e relevância por ela dada à história económica e social – iam chegando a Portugal, como se comprova, por exemplo, por duas iniciativas entretanto tomadas no final da década. Uma teve lugar no âmbito da Assembleia Nacional e outra na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. No primeiro caso, o protagonista foi Artur Águedo de Oliveira (1894-1978). Licenciado e doutorado pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, exerceu diversas funções (Carlos Bastien, «Artur Águedo de Oliveira (1894-1978)», 2001, pp. 232-234).