Numa primeira fase, completou a sua formação, lendo, viajando, colaborando na imprensa e noutras atividades (organizou e dinamizou a Exposição Industrial de Guimarães de 1884), trabalhando no Banco do Minho e convivendo com Antero de Quental, Oliveira Martins, Martins Sarmento, Luís de Magalhães, Eça de Queirós e Teófilo Braga. Já na fase de maturidade – meados dos anos 1880-1908 –, dedicou-se persistentemente à construção da sua obra historiográfica, cujos títulos principais são: A propriedade e a cultura do Minho (1885), O Norte Marítimo (1889), As Vilas do Norte de Portugal (1895) e As Póvoas Marítimas (1905-1908). Já tivemos o ensejo de sublinhar os aspetos mais inovadores da obra de Alberto Sampaio (José Amado Mendes, “Introdução” a Obras, 2008, pp. 9-27 e Idem, «Alberto Sampaio…», no prelo). Na esteira de Oliveira Marques, Alberto Sampaio tem sido considerado o “pai” – ou “o verdadeiro criador” – da história económica em Portugal (Oliveira Marques, Antologia.... vol. 2, 1975, p. 54).
Como vimos já, estatuto similar foi reivindicado por Borges de Macedo para Rebelo da Silva. Também desbravou e aprofundou o conhecimento das origens da nacionalidade portuguesa, tendo “acrescentado” treze séculos à História de Herculano. Dedicou especial atenção a aspetos da história económica: vida quotidiana, tecnologia agrária, alimentação e vestuário. Henrique da Gama Barros (1833-1925), formado pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, exerceu cargos na administração pública (Armando L. Carvalho Homem, «Gama Barros e a historiografia...», 2016, p. 477). Todavia, foi como historiador que mais se destacou, com a monumental obra História da Administração Pública em Portugal (4 tomos,1885-1922, tendo deixado pronto o manuscrito, aquando da sua morte, um 5.º tomo; na reed. de 1945-1954, dir. por Torquato de Sousa Soares). Ainda que o tema fulcral do referido trabalho seja a administração pública, a temática económica também lhe mereceu atenção. Com efeito, dedicou-lhe uma extensa secção – Livro III –, sob o título “Situação economica do paiz” que, não passando no plano original de um capítulo introdutório, viria a dilatar-se pelos tomos IV a X da 2.ª edição (1945-1954). Além do seu contributo para o estudo da administração pública, economia e sociedade, o autor «configura-se […] como uma ponte entre o académico do século XVIII e o universitário, que tenderá a dominar a historiografia a partir do segundo quartel do presente século [séc. XX]» (Armando L.Carvalho Homem, «Gama Barros, Historiador...», 1985, p. 246).