O referido Dicionário, no qual colaboraram praticamente todos os investigadores mais credenciados de então, muito contribuiu para a renovação da nossa historiografia no terceiro quartel do século XX (José Amado Mendes, “A renovação...”, 1996, pp. 318-320). Entre outros temas de história económica que investigou, contam-se: emigração, transportes, eletricidade, moinhos, máquina a vapor e industrialização (Serrão, 1959-1962). Já praticamente no final do período cronológico do presente Dicionário, entre outros historiadores de referência, recordo ainda Miriam Halpern Pereira, com a sua conhecida obra Livre-Câmbio e desenvolvimento económico. Portugal na segunda metade do século XIX (1971) e António de Oliveira, com a inovadora obra A vida económica e social de Coimbra de 1537 a 1640 (1971). Mais recentemente, num estudo intitulado «As Histórias da minha geração», o autor fornece também elementos pertinentes sobre a evolução da história económica entre nós, ao longo da última centúria.
O grande desenvolvimento da história económica – como ciência mas também como docência – veio a registar-se no pós-25 de abril de 1974. Referem-se tão só exemplos do que de mais significativo há a registar. Foram publicadas algumas obras de síntese, entre as quais: História Económica de Portugal. Uma perspectiva global (1994) de N.Valério e Mª Eugènia Mata e História Económica (2005) de P.Lains e Álvaro F.Silva. No âmbito da história empresarial, além de monografias acerca da história de algumas empresas, vieram a lume: Empresas e Empresários (coord. de Mendes e Filipe, 2004); e Dicionário de História Empresarial nos séculos XIX e XX: I – Instituições Bancárias; II – Seguradoras (Faria e Mendes, 2013-2014). Também foram publicados estudos sobre o pensamento económico e publicados textos importantes para o estudo da temática (J.Luís Cardoso, 1989, 1990-1991 e 2001). Algumas temáticas anteriormente secundarizadas mereceram alguma atenção por parte de investigadores dedicados à história económica como, por exemplo, o crescimento económico (Lains, 2003) e a industrialização no século XIX e inícios do XX (Jaime Reis, 1987 e 1988). Muito mais haveria a referir, inclusive no que concerne a dissertações de Mestrado e teses de Doutoramento apresentadas – alguma das quais já publicadas –, mas a sua análise ultrapassa o âmbito deste trabalho.