Este processo intensificou-se através da atividade desempenhada por autores com estatuto diferenciado – não só historiadores de formação mas também economistas, engenheiros e juristas –, no pós-II Guerra Mundial e, de modo ainda mais notório, na sequência das transformações operadas após o 25 de Abril de 1974. Acerca da evolução da história económica na época contemporânea, dispomos já de algumas sínteses da autoria, entre outros, de Vitorino Magalhães Godinho (1971), Joel Serão (1971), Álvaro Ferreira da Silva (1999), João Paulo Avelãs Nunes (1995), Luís Miguel Duarte (s./d.) e José Amado Mendes (1994; 1996). Para a consolidação e estruturação da história económica em Portugal, tem sido justamente sublinhada a ação dos historiadores mais destacados, como Oliveira Martins, Alberto Sampaio, João Lúcio de Azevedo, António Sérgio, Virgínia Rau, Jorge Borges de Macedo, Armando Castro, Joel Serrão e A. H. de Oliveira Marques. Todavia, também outros nomes deverão ser recordados, pelo facto de, nas suas investigações ou ações, terem dado igualmente o seu contributo para o estudo dos factos económicos e da própria história económica e sua afirmação, como área de pesquisa e ensino, a promover e desenvolver (por exemplo, José Acúcio das Neves, Rebelo da Silva, Henrique da Gama Barros, Adriano Antero, Francisco António Correia, Artur Águedo de Oliveira, Charles Verlinden, Fernando Piteira Santos, António de Oliveira e Miriam Halpern Pereira).
O desenvolvimento da história económica em Portugal muito beneficiou de contactos dos historiadores mais relevantes com o desenvolvimento da investigação histórica de ponta noutras paragens. Recordem-se as relações estreitas estabelecidas com o que de melhor se fazia em diversos outros países, resultantes do elevado grau de internacionalização dos historiadores portugueses mais destacados, como se verificou no período de finais dos anos de 1940 até aos inícios da década de 1970, embora com maior frequência entre 1960 e 1974. Entre outros, refeiram-se Virgínia Rau, Jorge Borges de Macedo, Vitorino Magalhães Godinho, A H. de Oliveira Marques e Miriam Halpern Pereira. Essas relações revestiram-se de várias formas: participação e apresentação de comunicações em eventos internacionais, realização de conferências, investigação efetuada em centros de investigação, arquivos e bibliotecas ou mesmo através de longa permanência em universidades e centros de investigação.