Viajou por vários países (Espanha, Itália, Alemanha, Inglaterra, Estados Unidos da América, Bruxelas, Rio de Janeiro e Áustria), cujas viagens terão sido úteis à sua investigação (Maria Alcina dos Santos, Elites Salazaristas Transmontanos...(1894-1978), 2011, pp. 30 e46). É autor entre outras obras de: Portugal Perante as Tendências da Economia Mundial (1947) e Finanças Verdadeiramente Nacionais (1955) , embora nenhuma de grande relevância para a história económica. Todavia, como deputado (foi-o em várias legislaturas, tendo sido ativo apoiante do Estado Novo), fez uma intervenção na Assembleia Nacional (12 de março de 1947) – para a qual já se chamou à atenção (João Paulo Nunes, A História Económica..., pp. 79-80) –, reveladora do seu interesse pela temática e, inclusive, do conhecimento que tinha sobre os progressos da disciplina, registado noutros países. Criticava a forma como a história estava a ser ensinada, competindo ao Estado estabelecer uma base irrefragável de disciplina, «para que os mitos não obscureçam a verdade, as concepções singulares e singularizadas não desvirtuem a objectividade, a improvisação não derrote o estudo e a reflexão».
Entretanto, propõe a investigação e ensino de: «Uma história plebeia, somenos elegante, comezinha, quotidiana, que nos pinta e esclarece sobre o homem real, vivo, dinamizado, com uma psicologia quase universal, mas firmado à terra ou encostado na sua nave, circulando, labutando, combatente obscuro do desfavor natural». Em seguida, faz um apanhado dos progressos da história económica em universidades de vários países (Harvard, Cambridge, universidades alemãs e publicação da História Económica de Inglaterra, por Lipson [Ephraim Lipson, 1888-1960]), após o que propunha a criação de «um seminário de investigação universitária [em história económica], um centro de estudos, uma disciplina, antes de mais larga experiência». Embora indeciso acerca da universidade onde criar esse centro, acaba por sugerir Coimbra, ainda que com cautela: «Gosto demasiado de Lisboa e admiro excessivamente o Porto para ser apodado de “coimbrão”. Mas há na nossa Heidelberg um ambiente repousado e meditativo, que não convida apenas a versejar…» (Diário das Sessões da Assembleia Nacional, 1947, pp. 810-812). A iniciativa mereceu um elogio e um agradecimento por parte do Senado da Universidade de Coimbra, na sessão de 17 de março de 1947 (João Paulo Nunes, Idem, 1995, p. 80).