A questão da independência portuguesa e das relações diplomáticas da Restauração chamaram a atenção de historiadores estrangeiros. Citem-se, entre outros, Alessandro Ademollo (1878) que estudou a questão da independência portuguesa em Roma, de 1640 a 1670; Jules Tessier (1877), sobre a missão do cavaleiro de Jant e as relações franco-portuguesas no tempo de Mazarino; Henri Lacape (1939), sobre a França e a Restauração de Portugal, Charles Du Bus (1940) sobre a História de Portugal nos manuscritos franceses. Refira-se, também, o Congresso do Mundo Português, realizado entre 1 de Julho e 30 de Novembro de 1940, em estreita ligação com as comemorações do duplo centenário (1140/1640) e com a Exposição do Mundo Português, que reuniu em Portugal estudiosos de vários países. Apesar de fortemente vigiado pelo Estado Novo, permitiu verificar o estado da arte e a internacionalização da comunidade científica nacional.
A História Diplomática não era necessariamente episódica, nem sequer estava condenada a sê-lo, mas dificilmente se libertaria do tempo breve imposto pela crença positivista de que a verdade estava contida na autenticidade documental e se descobria através dos debates nas cortes ou no parlamento, na leitura da correspondência dos embaixadores ou na análise das negociações dos tratados e das alianças. A chamada «grande política» pairava acima das contingências de uma trivialidade bem mais concreta. Já em 1929, Henri Hauser tinha apresentado os primeiros sinais de crítica ao chamar a atenção para as «camadas subjacentes», antecipando a noção de «forças profundas» de Pierre Renouvin (1953), mas serão os historiadores ligados à Escola dos Annales que, em França, irão desacreditar a História Diplomática: primeiro, Lucien Febvre, nos difíceis anos da grande depressão; depois da Segunda Guerra Mundial, foi a vez de Fernand Braudel, para quem os grandes acontecimentos políticos da História Diplomática não passavam de «simples agitação de superfície» ou de uma poussière de faits-divers.