Em França, a abertura dos arquivos de Estado após a Revolução chamou a atenção para a importância das relações internacionais nos futuros nacionais. O método histórico tornou-se cada vez mais exigente, enveredando decisivamente pela preocupação de uma base científica de rigor, apoiada no conhecimento e crítica dos textos. Guizot – que para além de historiador foi também embaixador e ministro – deu início a uma colecção de Documentos Inéditos sobre a História de França (1834). Obras como a Histoire générale de la diplomatie européenne (1854) de François Combes, sobre a formação do equilíbrio europeu, dos tratados de Vestefália ao dos Pirenéus ou o Étude sur l´Histoire Diplomatique de l'Europe de 1648 à 1791 (1880) do antigo diplomata Conde de Barral, juntamente com a fundação da École Pratique des Hautes Études (1868), as compilações documentais como o Recueil des instructions données aux ambassadeurs et ministres de France... (publicada, a partir de 1883, sob os auspícios da Commission des Archives diplomatiques do Ministério dos Negócios Estrangeiros) e a criação de revistas como a Revue d'Histoire diplomatique (1887), mesmo que não passassem ainda do simples nível descritivo, contribuíram para a tomada de consciência da importância das relações internacionais nos futuros nacionais.
A publicação da Histoire Diplomatique de la guerre franco-allemande (2 vols., 1875) de Albert Sorel marcou, decisivamente, a História Diplomática dita científica porque apoiada no conhecimento e na crítica dos textos, embora com uma concepção centrada no relacionamento entre Estados e baseada na ideia de interesse nacional, qualquer que fosse a ideologia do governo. Este realismo normativo, com o primado atribuído ao político e à centralidade do Estado, produziu uma história que privilegiava o acontecimento, os grandes homens e as negociações entre as chancelarias, criando um paradigma em que predominava, frequentemente, um discurso legitimador e patriótico. A Introduction aux études historiques de Langlois e Seignobos (1898) definiu as regras do método, sem conseguir ultrapassar o paradoxo: por um lado, um inegável progresso científico em termos de rigor; por outro, uma limitação do campo de ação do historiador, privilegiando o acontecimento, a superfície do passado.