Ao mesmo tempo, a «arte da negociação» aprofundava-se, surgindo os primeiros manuais que ultrapassavam os lugares comuns da maioria das obras sobre o «perfeito embaixador», nomeadamente as Memoires Touchant les Ambassadeurs et les Ministres Publics (1676), de Abraham Wicquefort, e as primeiras compilações de documentos das chancelarias régias como o monumental Corps Universel Diplomatique du Droit Gens (1726-1739), de Jean Dumont e completado por Rousset de Missy, reunindo os tratados europeus de 315 a 1730.
O século das Luzes teve uma atitude ambígua perante a História. Se, por um lado, o racionalismo dos filósofos trouxe inegáveis progressos ao espírito crítico, principalmente o Essai sur les moeurs et l’esprit des nations, de Voltaire, por outro, essa História filosófica negou a própria História ao fazer dela uma arma contra o fanatismo e um território de confronto ideológico.
Com a Revolução e sob a influência do romantismo e do nacionalismo, a Europa conheceu um notável surto de estudos que passou a interessar-se pelas fontes arquivistas concentradas em grandes depósitos, que o princípio da publicitação dos arquivos de Estado como pertença da Nação tornava acessíveis ao público. A possibilidade da sua consulta para documentos anteriores a 1858 – data seguida pela generalidade dos países – transformou-os, de simples repositórios administrativos e burocráticos, em inesgotável campo de estudos históricos. O próprio papa Leão XIII acabou também por abrir o Archivio segreto Vaticano (1881).
Instituições como a École des Chartes (Paris, 1821), o Institut für Oesterreichische Geschichtsforschung (Viena, 1854), a Escuela de diplomática (Madrid, 1856) ou a Scuola di Paleografia e Diplomática (Florença, 1857) orientaram, definitivamente, a organização dos arquivos. Desenvolvia-se uma História erudita, que encontrava o seu primeiro modelo na Prússia, com colecções de grande prestígio como os Monumenta Germaniae Historiae (publicados a partir de 1826) e com a aliança – na Universidade Humboldt de Berlim (1810) – da investigação e do ensino sob a forma de seminário, modelo quecontribuiu para assegurar o esforço e a continuidade da investigação histórica.