Robert Frank sucedeu a Pierre Renouvin, Jean-Baptiste Duroselle e René Girault, com quem colaborou na Histoire des relations internationales contemporaines (1988, 1993), enquanto os estudos de Lucien Bély contribuíram para lançar novas perspetivas sobre as relações internacionais e a diplomacia nos séculos XVII e XVIII. Jeremy Black (2010) também se interessou pelos antecedentes histórico-culturais da diplomacia, na passagem do sistema de negociação das cortes europeias para o aumento e progressão de múltiplos interesses globais e estabelecimento do modelo actual de embaixadas. Em Portugal, as questões que se prendem com os processos de negociação e os rituais protocolares têm despertado o interesse de numerosos investigadores, sem esquecer temas recorrentes da História Diplomática portuguesa como a definição de fronteiras na Idade Média, as relações com a Santa Sé, com os Estados Unidos, com a Rússia ou com Espanha, a aliança inglesa, a Restauração, o período das invasões francesas, a 1.ª República e a entrada de Portugal na Grande Guerra, o Estado Novo e a neutralidade portuguesa durante a 2.ª Guerra Mundial ou o problema do colonialismo e da guerra colonial.
O projecto de investigação Optima Pars – As Elites da Sociedade Portuguesa do Antigo Regime chamou a atenção para o perfil social dos diplomatas, natureza das suas funções e tipos de missão que desempenharam. Tem-se assistido a um renovado interesse pelo homem de Estado, pelo ideário político das elites e pela diplomacia, temas centrais de diversas teses de mestrado e doutoramento. Também se verifica um retomar, embora tímido, da publicação de fontes.
A história das relações internacionais tem uma ambição que ultrapassa a própria História ao trazer elementos de compreensão únicos para a complexidade dos problemas de relacionamento entre os povos. Uma nova História Diplomática, com consciência dos seus limites, pode continuar a desempenhar um papel importante, tanto pelos seus notáveis instrumentos de trabalho, como pelas novas direcções da pesquisa que, ultrapassando o nível descritivo-explicativo da História Diplomática e da História Militar tradicionais, se interessam pelo processo estatal de tomada de decisão, sem esquecer o contexto económico e social das lutas políticas e da política internacional, a importância relativa das forças profundas, as formas diversificadas de mentalidade, os problemas de comunicação, o pessoal, a estrutura e o funcionamento das instituições.