No caso da historiografia portuguesa, a publicação dos trabalhos monumentais e pioneiros do 2.º Visconde de Santarém, continuados por Rebelo da Silva, forneceram a base documental imprescindível para a análise da diplomacia nacional. Diplomata e Guarda-mor da Torre do Tombo, definitivamente exilado em França, na sequência da vitória dos Liberais, aí teve acesso a abundante material e continuou os seus trabalhos históricos, dando à estampa o Quadro elementar das Relações Políticas e Diplomáticas de Portugal (15 Vols., 1842-1854) e o Corpo Diplomático Português, Vol. I (1846), com as relações entre Portugal e Espanha, de 1168 a 1383. Tratava-se, segundo o autor, de «bem saber a importante ciência de negociar», relacionando as decisões políticas concretizadas através dos tratados não só com as negociações que os preparavam como, também, com a estatística física, moral, comercial, e política de cada potência a que pertenciam. Porém, os seus continuadores divergiram entre os que preferiam a transcrição dos documentos na íntegra e aqueles que defendiam o seu extracto resumido, com o argumento seguido pelo próprio Visconde de Santarém de que essa opção permitiria uma recolha mais rápida e uma maior divulgação das fontes. O resultado foi a morosa e incompleta publicação do Corpo Diplomático Português (1862-1959), reiniciada por Rebelo da Silva. Os 15 volumes editados referem-se às relações entre Portugal e a Cúria Romana, do reinado de D. Manuel à regência do futuro D. Pedro II.
À semelhança das grandes colecções documentais que se iam publicando na Alemanha, França, Inglaterra e outros países, a Academia das Ciências de Lisboa encarregou Alexandre Herculano do projecto de recolha dos Portugaliae Monumenta Historica, cuja edição se iniciou em 1856. Dez anos mais tarde, o 3.º e curto governo de Joaquim António de Aguiar (4 de setembro de 1865 até 4 de janeiro de 1868) incumbiu Luz Soriano de escrever a História da Guerra Civil e do Estabelecimento do Governo Parlamentar em Portugal. O trabalho, em 17 volumes, ficou concluído em 1884, revestindo-se de especial importância graças aos numerosos e significativos documentos que apresenta.