Os aspectos sociais e económicos, negligenciados pela História Diplomática tradicional, despertaram a atenção dos historiadores para o estudo da sua influência nas relações entre os Estados sem, contudo, negar a autonomia do fenómeno político. No seu trabalho sobre o Bloqueio Continental (1962), Jorge Borges de Macedo salientou o interesse em estudar os fenómenos políticos, militares e diplomáticos tendo em conta os dados da história económica e social. Entre os anos 1964-1974 orientou diversas teses de licenciatura, com especial relevo para a diplomacia da Restauração – as relações com Veneza, com a Dinamarca, com a Espanha, com a França, com a Inglaterra – mas também com atenção ao papel do diplomata e ao peso da economia nas decisões políticas.
Nos anos seguintes, o primado sócio-económico característico do paradigma marxista afastou os investigadores portugueses dos fenómenos políticos que, no entanto, vêem surgir duas obras de síntese, ambas em resultado da docência universitária dos autores: a História Diplomática de Portugal (1986) de Pedro Soares Martinez e as lições de Jorge Borges de Macedo no Instituto de Defesa Nacional (1987), publicadas sob o título de História Diplomática Portuguesa. Constantes e Linhas de Força. O primeiro considera que o estudo da evolução da comunidade portuguesa dificilmente se poderá fazer sem a sua integração nos quadros da vida internacional, atribuindo à História Diplomática um papel fundamental através das suas fontes e das possibilidades metodológicas de uma indagação personalizada, que ultrapassa uma perspectiva meramente sociológica para abarcar a visão pessoal dos interesses e o problema da decisão política. O segundo considerou a diplomacia portuguesa numa perspectiva geopolítica, partindo do conceito de «nação situada» como indicador para uma história comparada quanto às condições e formas de sobrevivência dos pequenos Estados. Ligou a política externa à História da sociedade como um todo e chamou a atenção para as elites e para o problema da decisão política perante as condições internacionais, as possibilidades internas de defesa e a capacidade colectiva de coesão e independência nacional. Também José Calvet de Magalhães, um experiente diplomata, publicou uma Breve História Diplomática de Portugal (1990).