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(1911-1974) | ||||||||||||
Quanto à filologia, os seus estudos são devedores ao filólogo alemão Friedrich Diez, cuja metodologia adaptou ao caso português. Na realidade, Adolfo disponibilizou-se para lecionar uma cadeira de filologia germânica, na condição de que lhe fossem financiados estudos para esse efeito na Alemanha e Inglaterra, o que não chegou a acontecer. Essa é a sua principal característica, pois vai defender insistentemente a especialização para dessa forma, partindo das origens fontais, se proceder à criação de conhecimento. Na sequência da crítica relativa ao modelo educativo seguido no Curso Superior de Letras, Adolfo Coelho procurou, nas suas propostas de reforma apontadas à via da investigação, acentuar a vertente filológica e linguística do curso. Consequentemente, isso iria diminuir a carga curricular de cadeiras do campo da história e filosofia, pelo que se poderia acusá-lo de querer tornar o curso numa escola de línguas e literatura, assim como Teófilo Braga pretendia transformá-lo a seu modo numa faculdade de sociologia. Contudo, não se pode dizer que o professorado de Adolfo Coelho se restrinja apenas à disciplina filológica, o seu contributo também se fará notar nos domínios da história. Não só porque partindo da linguística vai reflectir, por exemplo, acerca da nacionalidade, mas sobretudo porque pensou atentamente questões pedagógicas inerentes às cadeiras de história no seu plano de reforma. Embrenhando-se igualmente na história antiga, como professor substituto da cadeira de literatura latina e grega. Esse foi um dos eixos do confronto com Teófilo Braga, uma vez que este último considerava ser “substituto legal” da cadeira de literatura antiga, no contexto da jubilação de José Viale, assim como depois nas ausências de Pinheiro Chagas, pois no concurso prestou provas sobre essa matéria. No entanto, foi contestado pela maioria dos professores, acabando Adolfo Coelho por lecioná-la. Apesar de tudo, Teófilo Braga chegou a lecionar efemeramente a cadeira de literatura latina e grega, assim como mais aturadamente foi substituto nas cadeiras de História Universal Filosófica, bem como História Universal Pátria. A remuneração monetária seria um dos atrativos, como se pode depreender pela correspondência de Teófilo, contudo a maior recompensa seria a projeção intelectual do seu ideário. 1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 | 10 | 11 | 12 | 13 | 14 | 15 | 16 | 17 | 18 | 19 | 20 | 21 | 22 | 23 | 24 | 25 | 26 | (Pdf) |
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