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(1911-1974) | ||||||||||||
Em relação a Sousa Lobo, temos mais informação, ainda que o legado intelectual e bibliográfico do professor não seja numeroso. Contam-se entre as suas publicações apenas a sua obra anti-iberista Um voto contra a união ibérica bem como a reprodução textual da sua apresentação ao concurso para a 4ª cadeira em 1863. Algo decepcionante, para uma carreira tão longa no ensino superior, cessando funções apenas em 1900 por motivo de óbito. Existem, contudo, alguns dos programas da cadeira, além de relatos dos seus ouvintes, assim como, claro está, algumas informações a seu respeito dada a sua condição de visibilidade como professor. No programa impresso para os anos de 1865-1866 denota-se desde logo o marcado predomínio da filosofia alemã, pois é nessa parte da história da filosofia em que mais se alonga. Ele repete o famoso aforismo de Hegel de que o «tudo quanto é racional é real, tudo quanto é real é racional», considerando as ideias daquele filósofo como a grande síntese da filosofia alemã. Talvez por isso, o que mais lhe interessava na filosofia francesa era o eclecticismo de Cousin, uma vez que em traços gerais é o que mais se ressente das ideias de além-reno, como muitos afirmaram. Devido às suas crenças de base católica, era o pensamento de Cousin, pese embora a menor originalidade, que com certeza melhor se harmonizava com o seu. Portanto, as tendências próximas do idealismo alemão predominavam no ensino da história da filosofia. Quanto à evolução do seu pensamento, resumidamente, parece seguir, em boa medida, por um lado uma maior abertura ao discurso científico próximo do pensamento positivista, com a sua metodologia e critérios de certeza. Segue por outro lado, os desenvolvimentos da filosofia alemã, dando maior destaque particular à dimensão da consciência, ou do inconsciente, bem como maior atenção às propostas da fenomenologia. 1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 | 10 | 11 | 12 | 13 | 14 | 15 | 16 | 17 | 18 | 19 | 20 | 21 | 22 | 23 | 24 | 25 | 26 | (Pdf) |
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