Essa cadeira de Filosofia, tal como a de História Universal Filosófica, teve vários contratempos iniciais. À falta de docentes que pudessem ser convocados, é lançado um concurso que, no entanto, não reuniu apoio evidente para qualquer candidato. São primeiramente abertos cursos livres de Filosofia, por iniciativa de alguns candidatos, particularmente da parte de José de Lencastre que viria, no entanto, a falecer, sendo postumamente apontado professor como forma de homenagem.

O concorrente Augusto Maria da Costa de Sousa Lobo abre também um curso livre de Filosofia, seguindo as pisadas de Lencastre, possivelmente, com o intuito de comprovar a sua apetência para o ensino da matéria em questão. O que parece ter ajudado já que é apontado provisoriamente para a cadeira, sendo dois anos depois definitivamente nomeado por concurso.

Segundo Manuel Busquets de Aguilar, pioneiro na investigação acerca do Curso Superior de Letras, Sousa Lobo teria sido nomeado primeiramente para a 5ª cadeira e Levy Maria Jordão para a 4ª, vindo posteriormente a trocar a regência das mesmas, dado o interesse de Sousa Lobo pela cadeira de filosofia. Ao que se sabe, houve pelo menos outro concorrente em ambos os concursos para a 4ª cadeira, Silva Ferraz é candidato em 1860 e depois novamente em 1863. Entre esses dois momentos, Ferraz é também autorizado a lecionar um curso livre de História da Filosofia na instituição.

Em ambos os concursos, Silva Ferraz foi preterido em favor dos candidatos opositores. É difícil saber qual a posição filosófica e conhecimentos de história da filosofia de Ferraz, uma vez que os textos base para ambas as candidaturas são apenas liminarmente mencionadas por Busquets, encontrando-se, entretanto, em paradeiro incerto. Sabe-se pelo menos, de acordo com este autor, que foi crítico do eclecticismo de Cousin em 1860. Já em 1863 embrenha-se pelos racionalistas do iluminismo europeu, começando por Descartes e terminando em Leibniz, no entanto, segundo nos descreve, foram abordados em forma de um “estudo muito resumido e sem interesse”.

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