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(1911-1974) | ||||||||||||
Estamos então no limiar da reorganização educativa que deu lugar à Faculdade de Letras em 1911. A reestruturação do curso em 1901 teve efeitos positivos, não só na abrangência de conteúdos do ponto de vista da história e outras áreas do saber, mas também no aumento quase exponencial do número de alunos. Para isso terá contribuído a transformação do curso praticamente numa escola normal superior, capaz de formar professores de liceu, além de outras saídas profissionais. Encontramos também pela primeira vez professores estrangeiros contratados, como no caso de Peter Joachim Heinrich Bauert em 1901 para ensinar Língua e Literatura Alemã, seguindo-se depois Alfredo Apell em 1904. Nessa aposta linguística, seria igualmente chamado David Melo Lopes, para o ensino de Língua e Literatura Francesa. Esses desenvolvimentos contribuíram com certeza para aproximar o ensino e investigação histórica ao pensamento europeu. O plano curricular referente à história expande-se, dividindo-se em épocas e especialidades. Após a morte de Vasconcelos Abreu em 1907 ainda se pensou suprimir a cadeira de sânscrito e abrir uma cadeira de arqueologia, mas encontrou-se um substituto para ensinar a língua com Sebastião Rodolfo Dalgado. Apesar de tudo, a história continua a despontar noutras cadeiras, como no referido caso da filosofia, ou ainda noutro sentido dá-se a historicização de certos domínios, como no caso da cadeira de História da Pedagogia. Houve uma grande aposta na vertente pedagógica, pois esse seria um dos desígnios da reforma, ou seja, conferir capacidade ao curso de formar pedagogicamente os indivíduos que nele tomavam parte, para posteriormente melhor poderem lecionar as matérias estudadas. Concluindo, é possível asseverar que o Curso Superior de Letras desempenhou uma importante função, ao lançar as bases para o estudo das humanidades, e os desejos de constante alargamento deram lugar a projectos vários sobe o ensino humanístico em Portugal. Dessa forma houve sempre contactos mais alargados, sobretudo em relação ao que se passava no estrangeiro, como por exemplo através de comissões de investigação para reformas, que invariavelmente procuram suporte em exemplos de outros países. Só no início do século se deu um salto qualitativo, que tornou o Curso numa referência para o ensino da História, Literatura e Filosofia em Portugal. Essa reorganização veio mais tarde a resultar na Faculdade de Letras com a criação da Universidade de Lisboa em 1911. 1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 | 10 | 11 | 12 | 13 | 14 | 15 | 16 | 17 | 18 | 19 | 20 | 21 | 22 | 23 | 24 | 25 | 26 | (Pdf) |
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