Dessa forma encontramos o curso em crise no princípio do século XX, apesar das recorrentes queixas quanto, por exemplo, à inadequada dimensão do curso para um verdadeiro ensino humanístico da parte de Adolfo Coelho (que era por esta altura aliado do influente Jaime Moniz), a reforma tardou em se materializar. Só em 1899 é formada uma comissão por Adolfo Coelho, Consiglieri Pedroso e Sousa Lobo que definiria os parâmetros da reestruturação. Finalmente em 1901 dão-se as transformações mais profundas no curso, com uma grande expansão de cadeiras e a subsequente contratação de novos professores. Irá agravar-se por isso o problema do espaço de funcionamento do Curso Superior de Letras (que partilhava as instalações com a Academia Real das Ciências), então instalado no antigo Convento de Jesus que estava muito longe de reunir condições para o efeito.

Apesar das queixas da falta de investigação acerca deste período por Busquets de Aguilar, que considera ser um dos mais importantes na história do Curso do Superior de Letras, as propostas da comissão reformadora são reveladoras a esse respeito. Nesse projecto o curso adquiria a nova designação de Escola Superior de Letras, pelo que facilmente se pode depreender que foi um prelúdio para a Faculdade de Letras, devendo ser igualmente considerado como período de transição e englobado na história dessa instituição posterior. É nesse primeiro decénio que na realidade se formam as bases para a futura reforma já em pleno regime republicano.

Como vimos anteriormente, existem várias perspectivas em confronto relativamente às direções de reforma do curso. No final parecem ter sido melhor acolhidas as propostas de Adolfo Coelho, pois é acentuada em boa medida a vertente linguística. No entanto, foram também introduzidas cadeiras próximas da área de ciências sociais, em particular geografia. A nova estrutura do curso conta com as seguintes cadeiras: Geografia, Língua e Literatura Francesa, História Antiga, Filosofia, Filologia Românica, História da Idade Média e Moderna, Filologia Portuguesa, Literatura Nacional, História Pátria.

1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 | 10 | 11 | 12 | 13 | 14 | 15 | 16 | 17 | 18 | 19 | 20 | 21 | 22 | 23 | 24 | 25 | 26 | (Pdf)