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(1911-1974) | ||||||||||||
Na realidade foram várias as vozes, ao longo do séc. XIX, que reclamavam a criação de uma escola superior humanista em Coimbra que pudesse ensinar conhecimentos filosóficos e históricos aos estudantes, como por exemplo Joaquim Lopes-Praça, autor da primeira História da Filosofia em Portugal, ou mais tarde, já no séc. XX, o investigador de história da filosofia Joaquim de Carvalho. Esse desejo só se torna uma realidade pela mão do regime republicano, com a criação das Faculdade de Letras em Coimbra e em Lisboa, esta última herdeira directa do Curso Superior de Letras. Sem descurar o importante contributo do Curso Superior de Letras para os estudos históricos, as várias perspectivas, referentes à sua natureza e funcionamento, irão condicionar o alcance e desenvolvimento que a história nele teve. Até porque o predomínio da feição religiosa em relação ao ensino humanístico dificultou a inovação nessa área de conhecimento. A área das ciências experimentais movimentou simpatias por parte dos adeptos do progresso, essa, sim, supostamente funcionaria como contrapeso ao conservadorismo reinante no campo católico. Apesar da secularização crescente do ensino, a questão religiosa foi antes de mais campo de batalha política, que era não raras vezes instrumentalizada, sendo que isso pouco contribuiu para renovar o ensino e o investimento na área da história, tradicionalmente associada aos meios eclesiásticos (vd. Sérgio Campos Matos, Cultura Histórica e Cultura Escolar…, 2002). Um dos pontos de desacordo estaria no grau de abrangência do curso, visto que poderia ser concebido apenas numa vertente preparatória (propedêutica) para o ensino superior em geral, no lugar de conferir uma habilitação académica. Isso deveu-se, por exemplo, ao motivo apontado no parágrafo anterior, mas também, no caso da localização do Curso Superior de Letras em Lisboa, possivelmente pelo interesse de manter o monopólio da educação superior em Coimbra no que toca a habilitações, cuja Universidade exercia ainda poderosa influência na política educativa. Essa disposição parece ter sido a dominante, pois até pelo menos 1901 é inexistente qualquer regulamentação de habilitações, apesar de certo prestígio que a frequência no curso atribuiria. 1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 | 10 | 11 | 12 | 13 | 14 | 15 | 16 | 17 | 18 | 19 | 20 | 21 | 22 | 23 | 24 | 25 | 26 | (Pdf) |
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