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(1911-1974) | ||||||||||||
Já a cadeira de literatura moderna viu-se desde início enredada em problemas, sobretudo pela doença que afligiu António Lopes de Mendonça, o docente para ela designado, mas também pela dificuldade em arranjar um substituto, uma vez que foram muitas as recusas. Após a morte de Lopes de Mendonça em 1865, vem finalmente Augusto Soromenho ocupar provisoriamente a posição, até ser nomeado definitivamente por concurso em 1867. Aparentemente Soromenho aproxima-se mais das tendências da filosofia da história, pois foi contra a proposta de Viale. Isso porque até o concurso de 1867, que o opunha a Pinheiro Chagas, foi mote para a polémica Questão Coimbrã, envolvendo precisamente as temáticas de filosofia da história no contexto da literatura. O interesse de Soromenho pela história é manifesto, desde logo porque vai reger a cadeira de História Pátria e Universal, assim que se dá o falecimento de Luís Rebelo da Silva em 1872. Não devemos também esquecer a sua relação íntima com Antero de Quental, e com a geração de 70 da qual fazia parte, sendo que foi um dos oradores das famosas conferências do casino. No seu discurso sobre “A Literatura Portuguesa Contemporânea” critica implacavelmente a sociedade portuguesa, bem como os vícios culturais e as representações da história de Portugal na literatura. De facto, é a 1ª cadeira de epígrafe História Pátria e Universal que está mais próxima da historiografia convencional, colocando a história como objecto primordial de estudo. Inicialmente, Rebelo da Silva como docente da cadeira procurou ligar a história nacional ao contexto mais alargado da história da humanidade. Contribuíram para isso com certeza as teorias em voga de origem filosófica, reflectindo-se no peso que a filosofia da história tinha no curso como um todo. Como discípulo de Alexandre Herculano seguiu as pisadas do seu mestre em muitos aspectos, e a esse respeito, não devemos esquecer as reservas de Herculano relativamente às sínteses generalizadoras da filosofia da história. No entanto, são assinaláveis algumas diferenças entre ambos. Em primeiro lugar, com Rebelo da Silva são atenuadas as tendências para o juízo moral, apostando sobretudo na compreensibilidade dos fenómenos de natureza histórica, levando a explicações não dicotómicas nas suas análises. Talvez isso o aproxime mais da filosofia da história, tendo em conta essa perspectiva sintética. Contudo, tal como o seu guia espiritual, continua a considerar a história como mestra de vida, com as suas lições, no sentido de aprender com os erros do passado, informando a actuação no futuro. 1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 | 10 | 11 | 12 | 13 | 14 | 15 | 16 | 17 | 18 | 19 | 20 | 21 | 22 | 23 | 24 | 25 | 26 | (Pdf) |
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