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(1911-1974) | ||||||||||||
Essas lições de história dadas pelo professor republicano, terão porventura inspirado a publicação do livro História Universal em 1882, bem como A Pátria Portuguesa em 1894. Ambas as obras têm uma vincada vertente sociológica, próxima das correntes do positivismo francês, o que demonstra maior empenho no desenvolvimento das suas teses, até porque desde 1878 que não se encontrava isolado na defesa dessas ideias. É nesse ano que, após a morte de Augusto Soromenho, abre concurso para a cadeira de História Universal Pátria, tendo concorrido a provas Consiglieri Pedroso, Maria da Cunha Seixas e Manuel de Arriaga, sendo que Alberto Pimentel desistiu prematuramente. O escolhido foi Consiglieri, mas não sem protestos, por supostamente ter sido beneficiado, o que deu lugar a certa polémica. A afinidade ideológica do futuro professor com Teófilo Braga seria motivo suficiente de desconfiança, independentemente da correção das acusações, isto porque a decisão da constituição do júri recaía em grande medida sob o quadro de professores do Curso. A tese apresentada por Consiglieri versava sobre a Constituição da Família Primitiva, aproximando-se da perspectiva etnológica amplamente defendida por Teófilo. No entanto, também Manuel de Arriaga se apresentava a concurso com uma tese sobre a Renovação Histórica em que propõe a aproximação da história universal às ciências naturais, seguindo de perto as teses positivistas, advogada igualmente pelo professor de literatura moderna. As más relações de Teófilo com Manuel de Arriaga podem ter ditado a nomeação de Consiglieri, ainda assim a escolha deve ter resultado igualmente do mérito da tese apresentada, em vez de uma suposta parcialidade ideológica. Contudo não se deve descartar também a preferência por Consiglieri devido a uma proximidade pessoal ao corpo docente, como antigo aluno do curso. Em todo o caso, a entrada de Consiglieri Pedroso implicou relevantes alterações no programa e direção geral da cadeira. A publicação do Compêndio de História Universal em 1881 reproduz os conteúdos lecionados, denotando-se a orientação positivista da matéria em estudo. Essa tendência leva, por exemplo, a considerar a história universal como uma ciência, procurando de forma sistemática encontrar princípios reguladores que pudesse estruturar a história numa óptica civilizacional de povos e respectivas épocas. Apesar do manual se destinar ao liceu, é notável o esforço de teorização, sobretudo nos apontamentos introdutórios, dando-nos indicações da metodologia seguida na sua cadeira no ensino superior, que provavelmente seria semelhante. 1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 | 10 | 11 | 12 | 13 | 14 | 15 | 16 | 17 | 18 | 19 | 20 | 21 | 22 | 23 | 24 | 25 | 26 | (Pdf) |
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